sexta-feira, 16 de maio de 2008

turismo, algumas coisas mais....

A Indústria do turismo vem crescendo de maneira extremamente veloz em todo o mundo, garantindo um avanço econômico-social das mais diversas regiões e possibilitando, assim, a expansão do mercado de trabalho gerando empregos e propiciando uma distribuição de renda mais justa. O mercado internacional de turismo cresceu de 25 milhões de pessoas em 1950 para 500 milhões de pessoas em 1990. A previsão para o ano 2000 é de 700 milhões de pessoas (Vaz, 1999). França, Estados Unidos e Espanha, líderes do turismo mundial, absorveram 40% do mercado mundial em 1992.
Dados de 1999, da Empresa Brasileira de Turismo (Embratur), mostram que a América do Sul recebeu 15,4 milhões de visitantes, apresentando assim, um crescimento médio de 9,6%, desde 1995. Essa taxa de crescimento é a mais elevada dentre as áreas geográficas que possuem um volume de chegadas semelhante ao da América do Sul. Esse resultado, referente ao período de 1995-1999, tem sido influenciado pelo ritmo de crescimento do turismo em países como Brasil (34,3%), Bolívia e Peru (15%) e em menor medida Argentina (9,6%), Equador (5,1%) e Chile (4,5%). Pesquisa da Organização Mundial do Turismo (Embratur, 2000) comprova que 80% das viagens feitas no mundo são de curta distância, o que equivale a uma média de cinco horas. Como conseqüência desta constatação, o governo brasileiro vem investindo bastante no Mercosul.
O mercado de turismo vem sentindo de perto o impacto da evolução tecnológica. Mudanças significativas vem ocorrendo nesse setor desde a integração/interconexão possibilitada pela Internet e em virtude do desenvolvimento de novos e sofisticados sistemas operacionais. Desta forma, a aplicação de tecnologia de informação é tida como catalisadora dos sistemas de distribuição em turismo.
A Internet traz uma série de oportunidades de negócios e desafios para as empresas que atuam na indústria do turismo. Neste estudo estaremos enfocando, sobretudo, as mudanças causadas pela entrada das empresas de turismo no marketspace e a distribuição dos seus produtos/serviços via Internet.
O objetivo deste trabalho é mostrar a situação atual dos serviços oferecidos por cinco sites de empresas de turismo que atuam na Internet no Brasil, utilizando-a como ferramenta para promover e facilitar o contato entre os consumidores potenciais do produto turístico e os diversos provedores destes produtos/serviços.

2. POTENCIAL E IMPORTÂNCIA DO TURISMO NO BRASIL
Segundo dados da Embratur (2000), o Brasil possui apenas 0,3% do mercado mundial, o que equivale a 2 milhões de turistas por ano. Entretanto, o imenso potencial de crescimento que o Brasil dispõe, está transformando a atividade turística em um importante setor de desenvolvimento nacional. Números oficiais divulgados pela OMT mostram que o turismo externo, no Brasil, cresceu cerca de 34% nos últimos anos.
O crescimento da receita gerada com o turismo é impressionante se comparado a outros itens importantes da pauta de exportações brasileira. Em 1997 e 1998, o aumento da receita gerada pelo turismo foi de 41%, 28 pontos percentuais acima do crescimento da receita do minério de ferro exportado no mesmo período e 30 pontos acima do valor gerado com a exportação de açúcar. A performance refletiu-se na receita de US$ 3,6 bilhões em divisas, em 1998, com o ingresso de 4,8 milhões de turistas estrangeiros no país, só perdendo para a arrecadação obtida pelos exportadores de veículos (US$ 4,9 bilhões). Em 1999, o Brasil pulou do 43° lugar em 1994 para 29° no ranking da Organização Mundial de Turismo (OMT) de destino turístico mais demandado no mundo (Embratur, 2000).
No plano interno, o número de passageiros desembarcados em aeroportos nacionais foi de 13 milhões em 1994, saltando para 26 milhões em 1998. As receitas diretas com o turismo interno foram de US$ 13,2 bilhões. O turismo emissivo no Brasil cresceu 495% nos últimos 15 anos, contra 17% do turismo receptivo. Desde 1996, as ações do Governo Federal estão direcionadas para a expansão do turismo receptivo. E até 2002, está prevista a aplicação de US$ 6 bilhões em novos investimentos privados. Mas, se comparado às potencialidades brasileiras, o atual panorama do turismo ainda é limitado. O Plano Plurianual de Desenvolvimento do Brasil, para o período 2000-2003, tem por meta atingir o número de 6,5 milhões de turistas estrangeiros, até ao final de 2003, mas, para tanto, será necessário agregar novos produtos turísticos aos que hoje são oferecidos nos mercados internacionais, com aumento de qualidade e diversidade.
Diante de quadro tão promissor, a iniciativa privada resolveu começar a investir pesadamente neste setor. Hoje existem cerca de 300 novos hotéis de grande porte e dez novos parques temáticos em construção no Brasil. De acordo com Embratur (2000), estes investimentos gerarão 140 mil empregos diretos e 420 mil indiretos. Estudos da Organização Mundial do Turismo mostram que enquanto na indústria automobilística são necessários R$ 170 mil para gerar um emprego, no turismo apenas R$ 40 mil possibilitam um emprego direto num hotel; R$ 10 mil empregam uma pessoa num restaurante e R$ 50 podem garantir matéria-prima e emprego a um artesão.

3. PRODUTO TURÍSTICO
“Turismo é o conjunto de diversas atividades econômicas (pois gera renda e divisas), sociais (como geradora de empregos) e comerciais (como geradoras de vendas), incluindo atividades locais, regionais ou mesmo nacionais e internacionais, como agenciamento de viagens, transporte e práticas de lazer, além de outras ações que produzem riquezas e geram qualidade de vida de muitas regiões e países” (Kuazaqui, 2000).
Já o produto turístico (figura 1) é definido da seguinte forma por Vaz (1999): conjunto de benefícios que o consumidor busca em uma determinada localidade e que são usufruídos tendo como suporte estrutural um complexo de serviços oferecidos por diversas organizações.
O sistema de produção de turismo é composto por quatro agentes principais:
1. Produtores: linhas aéreas, hotéis, provedores e serviços locais.
2. Distribuidores: operadoras, agentes receptores e agentes de viagem.
3. Facilitadores: serviços financeiros.
4. Consumidor: passageiros, turistas.
Neste trabalho estaremos focando um dos agentes do sistema de produção de turismo no Brasil: o distribuidor, especificamente as agências de viagens que comercializam seus produtos e serviços na Internet.

Figura 1: O Produto Turístico
O Papel das Agências de Viagem
As agências de viagem funcionam como intermediários no processo de compra, mas embora o papel principal dessas agências seja o de providenciar o melhor local para a compra, o real problema é fazer com que as informações sobre os produtos sejam realmente adequadas. O produto turístico não pode ser visto, tocado ou fisicamente inspecionado antes da compra. Isto significa que o consumidor é dependente da informação. As agências de viagens podem oferecer aos consumidores opções de comparação, informações de consumo, restrições de viagens, seguros, dentre outras coisas.
Assim sendo, essas empresas devem se preocupar em fornecer informações sobre tipos de produtos, datas,
localizações, moedas estrangeiras e, baseado nestas informações, dar aconselhamento aos clientes. Fonte: VAZ, Gil Nuno (1999)

4. CANAL VIRTUAL DE VALOR
Porter (1986) define a cadeia de valor como um modelo que descreve as atividades da empresa relacionando o suprimento à demanda. É uma ferramenta que possibilita à empresa identificar atividades que criam valor para o cliente. A análise da cadeia de valores é um ótimo instrumento de avaliação de todas as atividades executadas na organização, pois permite que sejam identificados pontos fortes e oportunidades de melhoria em termos de custo ou de diferenciação de produtos. A cadeia de valor físico proposta é composta de uma seqüência linear de atividades, classificadas em primárias (logística interna, operações, logística externa, marketing e vendas) e secundárias ou de apoio (aquisição, desenvolvimento e tecnologia, gerência de recursos humanos e infra-estrutura da empresa). Na cadeia de valor físico, a informação é considerada como atividade secundária ou de apoio à tomada de decisão e à execução das atividades primárias (responsáveis pela agregação de valor ao produto).
Com a crescente evolução da automação e da tecnologia de informação e a disseminação das ferramentas de informática e dos meios de comunicação, os processo reais estão cada vez mais apoiados ou até mesmo sendo substituídos pelos virtuais. No processo virtual o produto ou serviço existe sob a forma de informação digital cuja disponibilização pode ser realizada eletronicamente. Segundo Rayport e Sviokla (1995), todos os negócios, atualmente, competem em dois mundos: o físico de recursos que o administrador pode ver e tocar e o virtual da informação. Sendo que este último fez surgir um novo local de criação de valor: o marketspace. As empresas precisam investir na criação de valor tanto no mundo físico quanto no mundo virtual. No entanto, os processos de criação de valor não são os mesmos nestes dois mundos.
As transformações ocorridas com o marketspace são sentidas em diversas formas. Quanto ao conteúdo, observa-se uma substituição física do bem por informações sobre o bem; quanto ao contexto nota-se que o contato físico entre vendedor, comprador é substituído pela interação eletrônica; e quanto à infra-estrutura as mudanças referem-se aos lotes de produtos substituídos por computadores e linhas de comunicação. As conseqüências destas transformações no marketspace são: mudanças na forma de comprar e entregar produtos; mudanças na lealdade do consumidor e mudança de forma radical na criação e percepção do valor.
MARTA CAMPOS MAIA
SUSANA CARLA FARIAS PEREIRA/
LUIZ CARLOS DISERIO/

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